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quarta-feira, 27 de abril de 2011

REDE MANCHETE

 
                       A entrada da Rede Manchete no ar, em junho de 1983, foi resultado de um elevadíssimo investimento financeiro e profissional, com o objetivo de se colocar no ar uma rede de televisão com uma programação bastante sofisticada, primando a qualidade e o bom gosto a um público compreendido entre as classes A e B. Este foi o aspecto que mais chamou a atenção e sobre o qual se fez maior propaganda quando da implantação da emissora, que adotava no seu início o slogan "Televisão do Ano 2000", como também "Televisão de Primeira Classe".
 
                       Para que a emissora fosse colocada no ar, foi necessário um investimento total de 50 milhões de dólares, nos quais 27 milhões estariam voltados para a aquisição de equipamentos adquiridos à Sony (vídeo), Ikegami (câmeras), Bosch (distribuidores de áudio e vídeo e monitores), RCA (transmissores e antenas) e Ampex (digital effects e outros equipamentos). Um novo prédio no Rio de Janeiro foi construído para comportar a emissora geradora da rede, ligado a quatro outros andares, que foram reformados dos prédios já existentes da Bloch. O andar reservado para o jornalismo incluía um estúdio de 150 metros quadrados, sala de redação, oito salas pequenas, cada uma com uma ilha de edição, estúdio para gravação de textos em off nas matérias, três telecines e sistema duplo de vídeo-tape. O prédio contava ainda com mais três estúdios de 300 metros quadrados cada, para qualquer tipo de produção, sala com dois computadores BUE 5000 Sony, cada um com seis aparelhos de efeitos especiais tão comentados à época como uma "maravilha tecnológica". O Teatro Adolpho Bloch se constituiu no quinto estúdio, reservado para espetáculos maiores, como concertos e apresentações musicais, e contava com seis câmeras e duas salas de controle. 
          Além destas diversas realizações, existiu o projeto "Cidade da TV", proposto pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Tratava-se de uma área de 100 mil metros quadrados na Barra da Tijuca, que incluiria dois estúdios, sendo um de 800 metros quadrados e outro de 1.200 metros quadrados, um anfiteatro para três mil pessoas, um prédio para administração da rede, outro de três andares para engenharia, camarins e administração de cenários que terá ligação com todos os palcos, além de quadras de tênis, basquete e cenários naturais. 
                 Em termos de transmissão, a TV Manchete do Rio de Janeiro, geradora da rede, foi a primeira emissora da América Latina a implantar uma antena de polarização circular, para otimizar o envio de seu sinal, já que a capital carioca é uma cidade bastante acidentada geograficamente. 
          Nos 16 anos que permaneceu no ar, a Rede Manchete produziu dezoito novelas e cerca de vinte minisséries cujos cenários eram construídos na central de produção de Água Grande, localizada no subúrbio do Rio de Janeiro. Dotada de oficinas de marmoraria, fábrica de esquadrias de perfis de alumínio, carpintarias, ateliê de estofados e cortinas, alfaiataria, guarda-roupas e lavanderias, a central de Água Grande não só atendia à linha de novelas da emissora, como também às de shows e telejornalismo. 
            No município de Maricá, localizado a 60 Km da capital carioca, funcionava a sua cidade cenográfica da emissora. Ocupando uma área de 500 mil metros quadrados, contava com uma equipe de 500 pessoas e toda infra-estrutura necessária para filmagens ao ar livre.

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