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quarta-feira, 27 de abril de 2011

REDE MANCHETE (DRAMATURGIA)

                        Em seu período de implantação, como também no seu primeiro ano de funcionamento, a Rede Manchete, nas pessoas de seus diretores, bem como de seu próprio fundador, não tinha nenhum plano de investimentos em área de dramaturgia. A decisão de investir neste segmento veio em 1984, quando colocou no ar a minissérie "Marquesa de Santos", uma história de época baseada em fatos reais estrelada por Maitê Proença e Gracindo Jr.
 
                        Abrindo o horário das 21:15 para a dramaturgia, a Rede Manchete passou a apostar nos mais diversos gêneros de minisséries, indo desde uma simples história do cotidiano social às tramas policiais, conforme visto respectivamente em "Santa Marta Fabril" e em "Tudo em Cima". Em 1985, apostou em produções de capítulos mais longos, nascendo a partir daí a sua primeira novela: "Antônio Maria".
 
                        Mas foi em 1986 que o núcleo de dramaturgia da Rede Manchete conquistou um grande espaço na mídia nacional, ao anunciar o lançamento de uma superprodução de época. Foi aí que surgiu "Dona Beija", novela que trouxe a volta do casal Maitê Proença e Gracindo Jr. para a tela da emissora. Alcançando elevados índices de audiência em todo o Brasil, "Dona Beija" consagrou-se como o primeiro grande sucesso do departamento de telenovelas da Rede Manchete, além de marcar o início de uma fase muito prestigiosa na emissora. Após o sucesso de "Dona Beija", abriram-se novos espaços na emissora para a exibição de novelas, como a seção "Romance da Tarde" e o horário das 19:45. O primeiro dedicava-se às reprises das primeiras minisséries e o segundo, reservava-se a novos lançamentos da casa  juntamente com aquele já existente das 21:30.
 
                        Em 1989, entrava no ar mais uma superprodução da Rede Manchete, que também ganhou bastante destaque na mídia nacional. Antes de sua estréia, "Kananga do Japão" já chamava bastante atenção do público com todo o charme de sua ambientação, um fiel retrato do Rio de Janeiro dos anos 30.
 
                        Em março de 1990, estreava o maior fenômeno de toda a trajetória da Rede Manchete. Priorizando as cenas externas, beneficiando diretamente o turismo sul-matogrossense e exaltando bastante a ecologia com elevadas doses de nudez e sensualidade, "Pantanal" revolucionou a linguagem da telenovela brasileira apostando em um formato ainda desconhecido pela dramaturgia nacional. Trouxe grandes revelações e alcançou uma liderança histórica em audiência de 40 pontos, preocupando inegavalmente a concorrência. Foi o maior registro obtido pela Rede Manchete nos seus 16 anos de história. Aproveitando o estrondoso sucesso, a emissora lançou em julho do mesmo ano um horário dedicado a novas minisséries. Com isso, seu núcleo de dramaturgia valorizava-se cada vez mais, não apenas com os investimentos realizados em novas produções e sim no benefício cedido pela elevada audiência de "Pantanal". Exibindo as tramas de histórias curtas na seqüência da novela, no horário das 22:30, a emissora estrategicamente evitaria a migração de seus fiéis telespectadores para os outros canais, concentrando ainda uma boa audiência em suas minisséries. Entre 1990 e 1991, as mais variadas temáticas, algumas baseadas em obras consagradas, como "O Guarani" e "O Fantasma da Ópera" e outras baseada em lendas, como "O Canto das Sereias", "Filhos do Sol" e "Ilha das Bruxas" conquistaram uma boa aceitação do público e marcaram um bom tempo da dramaturgia da Rede Manchete.
 
                        Ainda em 1990, entrava no ar a novela "A História de Ana Raio e Zé Trovão", uma história itinerante que percorreu 14 mil quilômetros ao longo dos dez meses de sua permanência no ar. Não alcançou uma audiência histórica e nem decepcionou os índices da emissora, atingindo uma média de 16 pontos e um custo de 8 milhões de dólares. No final de 1991, "Amazônia" estreava com uma temática e uma história semelhante à de "Pantanal". Embora fossem tamanhos os esforços para colocá-la no ar e a divulgar a sua estréia, "Amazônia" não passou de um grande fracasso para a emissora, que chegou a lançar uma segunda fase para recuperar os índices de audiência e compensar prejuízos. Mas não teve remédio: firmou-se como um dos maiores frassos da dramaturgia da Rede Manchete e contribuiu bastante para o agravamento da crise da emissora.

 

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