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quarta-feira, 27 de abril de 2011

HISTÓRIA REDE MANCHETE

             O início dos anos 80 foi marcado pela entrada de uma nova era da televisão brasileira. Neste período, o nosso país assistia aos últimos momentos de transmissão da Rede Tupi, conglomerado de emissoras criado pelo empresário Assis Chateaubriand, no qual fazia parte a TV Tupi de São Paulo, a pioneira da América Latina.
                        Cada vez mais abalada por constantes greves e pela impossibilidade de reconquistar a sua boa colocação em audiência e faturamento publicitário, a Rede Tupi alcançou o auge de sua crise no dia 14 de julho de 1980, dia em que os próprios funcionários grevistas retiraram a emissora paulista do ar. Tal atitude fez com que o Ministério das Comunicações anunciasse no dia 16 o edital de perempção de sete dos nove canais que integravam a Rede Tupi cujas concessões já se encontravam vencidas.  No Rio de Janeiro, houve um grande protesto promovido por funcionários e artistas que invadiram os estúdios da emissora pedindo ao vivo e diante das câmeras para que o governo reavesse da idéia de se retirar as emissoras do ar e que encontrasse uma melhor solução para o pagamento dos salários atrasados. O protesto não alcançou o resultado esperado, perdurando até o meio-dia de 18 de junho, momento em que o sinal da Tupi carioca foi definitivamente cortado, marcando a extinção absoluta da Rede Tupi.
 
                        Uma semana depois da medida tomada pelo Ministério das Comunicações, o Governo Federal anunciava a abertura de uma concorrência para a exploração de duas novas redes de televisão compostas pelas sete concessões que pertenciam à Tupi, juntamente com mais duas que encontravam-se abandonadas há cerca de dez anos, respectivamente pertencentes às extintas Excelsior de São Paulo e Continental do Rio de Janeiro. A proposta de concorrência para as duas redes encontrava-se assim disposta:
 
 
      REDE 1
       
      Canal 04 - São Paulo (antiga Tupi)
      Canal 09 - Rio de Janeiro (antiga Continental)
      Canal 05 - Porto Alegre (antiga Piratini)
      Canal 02 - Belém (antiga Marajoara)
       
      REDE 2
       
      Canal 13 - São Paulo (ocupado pela Bandeirantes)
      Canal 06 - Rio de Janeiro (antiga Tupi)
      Canal 04 - Belo Horizonte (antiga Itacolomi)
      Canal 06 - Recife (antiga Rádio Clube)
      Canal 02 - Fortaleze (antiga Ceará)
       
       
       
                        Analisando tecnicamente o futuro desenvolvimento das duas redes, alguns especialistas afirmavam que a entrada de ambas no ar seria marcada por algumas dificuldades tecnológicas, levando um certo tempo para concorrerem diretamente com redes maiores, como a Globo e a Bandeirantes. Caso investissem em qualidade, esta hipótese estaria cada vez mais descartada.
                        De acordo com o que foi visto na Rede 2, a Rede Bandeirantes ocupava desde a sua fundação o canal 13 de São Paulo. Este canal encontrava-se em concorrência devido a uma tentativa da própria Bandeirantes transferir-se para o canal 9, da antiga Excelsior, que veio a nào ser concretizada pelo fato do Ministério das Comunicações posteriormente optar em trocar o 13 pelo 9. Da mesma forma, observa-se algo semelhante na Rede 1, onde o canal 2 de Belém veio a ser substituído pelo 5.
                        Colocadas as duas redes em concorrência, iniciou-se uma verdadeira maratona entre vários importantes grupos empresariais, em sua maioria voltada ao setor das comunicações, nos quais destacamos a Bloch Editores, o Jornal do Brasil, a Editora Abril, a Visão Editorial, o Grupo Moreira Salles e o Grupo Artplan.
                        Após um ano de colocada no ar a concorrência, finalmente no dia 19 de agosto de 1981 os dois novos concessionários assinavam em Brasília os contratos definitivos com o ministro das comunicações, na época o Sr. Haroldo de Mattos. Contemplavam-se com as duas novas redes os empresários Silvio Santos e Adolpho Bloch, respectivamente concessionários da Rede 1 e da Rede 2. Naquele mesmo dia entrava no ar o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), que já nascia transmitindo a assinatura de sua concessão.
                        A Rede Manchete, pertencente a Adolpho Bloch, só entraria no ar em um prazo máximo de dois anos contados a partir da entrega de sua habilitação. Seria fruto de elevados investimentos em tecnologia e qualidade, apostando em uma programação de alto nível.
 

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