Direito de resposta de Leonel Brizola
Em 15 de março de 1994, a Rede Globo colocou no ar durante o Jornal Nacional direito de resposta obtido pelo então governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, após dois anos de disputa judicial.[34] Brizola havia entrado na Justiça contra a Globo em 1992, depois que o Jornal Nacional de 6 de fevereiro daquele ano divulgou trechos do editorial que seria publicado no dia seguinte pelo jornal O Globo, intitulado "Para entender a fúria de Brizola". O governador do Rio, que queria impedir a emissora de transmitir o desfile carioca das escolas de samba daquele ano era acusado pelo editorial de O Globo de sofrer "declínio da saúde mental" e de "deprimente inaptidão administrativa". Na resposta que foi ao ar, lida pelo locutor Cid Moreira, Brizola dizia não reconhecer na Globo "autoridade em matéria de liberdade de imprensa" e que a emissora teve "longa e cordial convivência com os regimes autoritários e com a ditadura de 20 anos que dominou nosso país". Brizola dizia ter sido "apontado como alguém de mente senil". Na sequência, argumentava: "Ora, tenho 70 anos, 16 a menos que meu difamador, que tem 86 anos. Se é este o conceito que tem sobre os homens de cabelos brancos, que os use para si".O Escândalo do Papa-Tudo
Com a finalidade de concorrer com a Tele-Sena de Silvio Santos, a TV Globo em parceria com o então banqueiro Arthur Falk lançou no início da década de 1990 um título de capitalização chamado Papa-Tudo, que tinha César Filho como apresentador e Xuxa Meneghel como garota-propaganda.A venda deste tele-bingo era igual a Tele Sena: O comprador adquiria o título em casas lotéricas e correios e caso não fosse contemplado poderia resgatar metade do valor pago após um ano ou comprar um novo título pela metade do preço.
Entretanto, chegou uma ocasião em que os prêmios pararam de ser pagos, culminando com a prisão de Arthur Falk pelo crime de estelionato.
GloboCabo
Em 1999, o BNDES concedeu empréstimo de 500 milhões de reais à Organizações Globo, com 80% assumida pelo BNDES e o restante pela Organizações Globo, em troca as organizações deveriam lucrar 5% por mês. Porém, esse empréstimo é ilegal, pois foi dado empréstimo a empresa privada, proibida pelas leis brasileiras.Em 2002, a GloboCabo acumulou prejuízos de 1 bilhão de dólares (equivalente o mesmo preço de real de 1999), por instabilidade econômica dentro e fora do país. Por causa disso, as Organizações Globo tiveram que arcar prejuízos e a GloboCabo foi extinta e no lugar dela foi criada a NET.[35][36]
Eleições de 2006
Houve várias críticas à forma como a Globo fez cobertura das eleições, principalmente quanto a uma atenção exagerada a indícios negativos em relação ao PT, fato que levou a emissora a fazer, internamente, um frustrado abaixo-assinado[37] para tentar defender-se das críticas e de reportagem da revista CartaCapital.[38] Mais tarde, Rodrigo Vianna, ex-jornalista da emissora, divulga carta aberta em que critica várias das posturas da emissora, dando sua visão de como os processos se davam internamente e criticando o abaixo-assinado interno da emissora.[39]Rede Diário fora das parabólicas
Em 25 de fevereiro de 2009, feriado de Cinzas, a Rede Diário, emissora paralela à TV Verdes Mares (Afiliada à Rede Globo em Fortaleza), deixou de ser transmitida pelas antenas parabólicas (que chegava toda América do Sul e parte do Caribe) e as afiliadas que a tinha em quase todo o Brasil, pegando seus telespectadores de surpresa que tentaram a assistir nas parabólicas e nas afiliadas que passaram a transmitir outras redes a partir naquele dia.A Rede Diário passou ser transmitida apenas no Ceará e estados vizinhos, com 29 operadoras de TV por assinatura.
Nas semanas que se seguiram a saída da Rede Diário o fim das transmissões foi logo associado à Rede Globo (através de pressões à TV Verdes Mares) e uma nota controversa da Globo em que afirmava que a Diário "é uma afiliada da Rede Globo", pois a Rede Diário vencia outras redes rivais da Globo, incluindo a própria Globo (que perdia uma grande fatia da audiência da Diário).
A mesma situação viveu o canal de satélite Amazonsat, de propriedade da Rede Amazônica, que entre os anos de 1988 a 2004 podia ser captado em parabólicas analógicas em canal aberto, porém a partir de 2004 o sinal foi codificado e somente pode ser captado por parabólicas com receptor digital através da aquisição de cartão com o código para decodificação.
Eleições 2010
A Rede Globo volta a ser novamente acusada de interferir nas eleições presidenciais. Em 18 de abril de 2010, a emissora lança no Fantástico uma campanha de comemoração pelos seus 45 anos da rede, que aconteceu em 26 de abril desse ano. O logotipo da emissora aparece ao lado o número quarenta e cinco, incluindo frases de atores da emissora, falando frases do jingle como "todos queremos mais". Em determinado trecho da peça, os atores falam: "Todos queremos mais. Educação, saúde e, claro, amor e paz. Brasil? Muito mais".Segundo o Deputado Federal do Paraná e secretário de Comunicação do Partido dos Trabalhadores, André Luís Vargas Ilário, o jingle embutiria, de forma disfarçada, propaganda favorável à José Serra, candidato a presidente pelo PSDB, concorrente do PT. Na mensagem, embutida no "45", o número do PSDB, e em frases do jingle como "todos queremos mais", o que de acordo com os petistas, seria uma referência ao slogan "o Brasil pode mais" dito por Serra no lançamento de sua pré-candidatura.
Logo no primeiro dia de veiculação do institucional dos 45 anos, a TV Globo tirou do ar a campanha. A emissora afirma que o filme foi criado em novembro de 2009, quando "não existiam nem candidaturas muito menos slogans, mas a Rede Globo não pretende dar pretexto para ser acusada de ser tendenciosa e está suspendendo a veiculação do filme."[40]
O colunista Luís Nassif, no entanto, contestou a justificativa da emissora,[41] afirmando que a campanha teria sido gravada em 14 de abril, três dias depois que Serra lançou a pré-candidaura, apontando para isso notícias do próprio portal da Globo.com.[42][43][44][45][46][47]
Monopólio de transmissão em eventos esportivos
A Rede Globo é frequentemente acusada de monopólio às transmissões esportivas, principalmente ao Campeonato Brasileiro desde 1999. As transmissões passaram para os canais de TV por assinatura pertecente às Organizações Globo e na SKY (na qual a Globo tem participação).Na verdade, esse monopólio (que começou aos poucos no início dos anos 90) só foi facilitado graças ao lançamento das primeiras operadoras de TVs por assinaturas no Brasil, coincidindo também às desistências às principais redes concorrentes, SBT, Record, Gazeta, Manchete (hoje RedeTV!) e Bandeirantes para esses eventos esportivos, sob alegação de custos às transmissões e baixa audiência.
Depois disso, com esses direitos dados à Organizações Globo, configurava a prática de cartel, que impedia outras redes transmitir as partidas, já que até então os canais das Organizações Globo eram únicas a transmitir e dividia as transmissões a algumas redes concorrentes (principalmente Bandeirantes e RedeTV!).
Em 20 de outubro, depois de 10 anos de tentativas, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), obrigou que a Globo desistisse a preferência em transmitir partidas de futebol do Campeonato Brasileiro e o Clube dos 13 (grupo que reúne 20 grandes times do futebol brasileiro, mas é chamado Clube dos 13) a se comprometer a oferecer pacotes diferentes de divulgação para cada tipo de mídia (TV aberta, TV fechada, pay per view, internet e celular), a partir dos campeonatos de 2012 a 2014.[48][49][50][51]
Afiliadas perdidas
Ao longo de sua existência, a Rede Globo chegou a perder varias afiliadas pelo Brasil, como por exemplo: TV Ajuricaba, TV Leste, TV Altamira, TV Aratu, TV Guajará, TV Difusora, TV Borborema, TV Serra Sul e TV Iguaçu.Sempre que alguma dessas emissoras deixa o sistema da Rede Globo, a matriz justifica a desfiliação com respostas como "Os padrões da emissora estavam aquém do padrão Globo de qualidade" e nada além disso.
Em oposição a essas desfiliações as emissoras alegam outros motivos. Observe os motivos alegados.
A TV Leste, em Governador Valadares, no leste de Minas Gerais, acusou a Rede Globo de tentar forçar sua venda para o grupo InterTV.
Já a TV Guajará em Belém, era do político local, o deputado federal Lopo de Castro desde 1969. Em virtude as posições políticas oposicionistas ao governo federal desde a época de Juscelino Kubsctheck e a pressões do Regime Militar contra o político, aliados aos equipamentos ultrapassados e um incidente religioso envolvendo macumbeiros e a Igreja Católica. Alegando esses motivos a Globo não renovou seu contrato de afiliação e além disso houve várias divergências entre a cabeça de rede e a afiliada.Após esses ocorridos,a emissora opta por assinar com a TV Liberal por ter equipamentos mais modernos,e também por conta da situação política da TV Guajará que apoiava o então governador do estado e ex-ministro do governo Médici, Jarbas Passarinho, com quem o então presidente do Brasil, o general Ernesto Geisel tinha desentendimentos. Depois que a Guajará deixou ser afiliada da Globo, a emissora entrou em decadência até ser extinta.
No caso da TV Aratu, a Globo optou em afiliar-se a TV Bahia, de propriedade da Família Magalhães, já que o próprio Roberto Marinho era grande amigo de Antônio Carlos Magalhães, antes da emissora existir na Bahia e ter se expandido no estado com mais repetidoras na Bahia do que a TV Aratu. Porém, a decisão de não renovar com a TV Aratu (da Família Coelho), gerou um grande escândalo (Caso NEC), já que Magalhães era então ministro das Comunicações facilitou a escolha da TV Bahia.Esta história veio a tona com as primeiras denúncias de corrupção do Governo Collor em 1992. Desde que a TV Bahia se tornou afiliada da Globo, vários membros dessa família, principalmente Luís Eduardo Magalhães (falecido em 1998), Antônio Carlos Magalhães (falecido em 2007) e Antônio Carlos Magalhães Júnior, entre outros, são frequentemente acusados pelos políticos, imprensa, polícia e a justiça, de graves casos de corrupção, como o Caso da Pasta Rosa (em 1995), Escândalo da Quebra do Sigilo do Painel do Senado, Escândalo dos Grampos Telefônicos Contra Políticos na Bahia (em 2003), as frequentes acusações do uso político das emissoras de rádios e TVs da Família Magalhães contra políticos baianos da oposição.
No caso da TV Difusora, a Globo optou em afiliar-se a TV Mirante, de propriedade da Família Sarney, que a família já mantinha laços de amizade com Roberto Marinho, antes da emissora existir no Maranhão. Desde que a TV Mirante se tornou afiliada da Globo, vários membros dessa família, principalmente José Sarney, Roseana Sarney e Fernando Sarney, são frequentemente acusados de graves casos de corrupção,como o Caso Lunus (em 2002) e o mais recente a crise no Senado do Brasil que atingiu José Sarney (em 2009).
O caso da TV Borborema deve-se ao fato de a Globo optar pela recém criada TV Paraíba, do mesmo grupo da TV Cabo Branco para sincronizar o sinal da emissora.
A TV Iguaçu foi afiliada a Rede Globo de 1972 a 1976, mas por pressões do governo militar, em perseguições ao oposicionista Paulo Pimentel, a Globo acabou se afiliando a TV Paranaense.
A TV Ajuricaba esteve afiliada a Rede Globo de 1974 até 1986, quando foi desligada da rede por discordar com a posição da Globo em não apoiar o movimento das Diretas Já, aliado ao fato da concorrente TV Amazonas ter expandido suas repetidoras na grande maioria dos municípios amazonenses, facilitado pelo alinhamento que a direção da TV Amazonas sempre teve com os governos militares desde a sua fundação.
Além de perder a TV Norte Fluminense, da cidade de Campos dos Goytacazes- RJ, para a Rede Record, com isso, a Globo passou a ser transmitida pela InterTV Planície.
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